segunda-feira, 30 de março de 2009

PRISON CAKE

Na semana passada fui comer bolinhos a uma prisão no norte de Itália...

Passo a explicar, um pasteleiro espanhol de renome mundial, foi visitar uma prisão de Padova.

Qual foi o contexto?

Este estabelicimento prisional possui um programa de reinserção social onde alguns reclusos têm a oportunidade de trabalhar em oficinas, fabricas de mobiliário, uma joalharia (imagine-se) e uma pastelaria. Sendo esta última, logicamente, o principal objectivo da visita deste pasteleiro.

A comunidade de imprensa desta região de Itália, o Veneto, estava lá em peso, para documentar este momento, e eu também lá andava "perdido".

Devo confessar que ouvir as cancelas a abrirem e a fecharem atrás de nós dá um certo arrepio na espinha.

Já na pastelaria andávamos no meio dos reclusos cujos crimes só podia imaginar. Os guardas prisionais andavam por perto mas com um ar bastante descontraído e com uma partilha de boas maneiras com os prisioneiros, que desconstruiu completamente a minha ideia de uma prisão.

Já me estava a imaginar a questionar um recluso para me descrever a sensação de por um fim a uma vida humana, pelas próprias mãos. Ao que ele me respondia: "...pois errr... eu é mais bolos!"

Mas logo um dos guardas prisionais me fez o favor de destruir a ideia que é possivel reabilitar estas pessoas, que por alguma razão no decorrer da sua vida, se desviaram da luz...

"Isto não é a prisão!" - afirmava ele - "Estes são a excepção, os bonzinhos cá do sítio." "Deviam ir visitar o bloco 3 e o 4!"

Pronto!! De volta à realidade...

A minha dúvida é: - Será possivel reabilitar qualquer pessoa, que embora tenha cometido alguma ilegalidade, seja ela de que natureza for, seja ela porque razão for, ainda possua alguma sanidade mental. Depende do reabilitado ou do reabilitador? Dos dois seguramente.

Não quero ser utópico, não estou a dizer que não haja indivíduos que não mereçam ser sodomizados por um "nigga" de 2,10m e 180kg, que se chame Bubba e que goste de maquiar e chamar Cristina aos seus diversos companheiros de cela.

Mas o que é uma prisão?? Um armazém de gente que pode ser nociva para a sociedade? Uma universidade de criminosos? Um centro reabilitador ou repressor?

Fica a dúvida...


P.S. Os bolos eram óptimos e são vendidos nas melhores pastelarias desta região. Qualidade aprovada e reconhecida.

quarta-feira, 25 de março de 2009

VIOLAR SIM, ABORTAR E PRESERVATIVO NÃO!

A Igreja católica teve num espaço de pouco mais de uma semana duas medidas fantásticas.

No Brasil uma criança de 9 anos foi violada pelo padrasto. Esta violação resultou numa gravidez de gémeos. A Mãe decidiu levá-la a fazer um aborto, que além de aconselhável pelos médicos devido ao risco da gravidez, é legal por a gravidez ser resultado de uma violação.

Nisto, o Padre da região decidiu excomungar a criança, a Mãe, e todos os médicos envolvidos no Aborto. Mas o Padrasto não, esse pode continuar a ir à igreja rezar, confessar os seus pecados e falar do que lhe vai na alma, mesmo que sejam criancinhas de 9 anos.

É uma medida inteligente, porque contra o Aborto todos sabemos que a Igreja é, mas contra a violação de menores ninguém tinha a certeza… Agora ficou esclarecido!

A violação é só um acto sexual sem consentimento. E a miúda só pode ter problemas de autoridade se não consente um acto sexual do próprio padrasto! A gravidez foi então castigo de Deus, o todo-poderoso, e ela ao ver-se livre desse castigo, teve de ser expulsa para todo o sempre desta instituição! Porque é uma instituição justa… Que defende os seus valores até ao fim.

 

O Papa foi a África.

Continente onde 22 milhões de pessoas são afectadas pela SIDA. Chegou lá, e como está na linha da frente de uma instituição justa e que defende os seus valores até ao fim, disse sem papas (engraçado…o Papa sem papas…) na língua que usar preservativo era um crime para a Igreja Católica.

Estrategicamente é um acidente de proporções incalculáveis, assim ao estilo das políticas de reformas do Cavaco.

Mas hey, se a Igreja Católica pune o uso do preservativo, não vai ser em África que vão mudar de ideias… Só porque morrem que nem tordos com essa doença? E daí? O mundo está cheio de gente…

Uma ligação possível com a notícia anterior é a seguinte:

Algumas pessoas devem estar a pensar “Como é possível o padrasto sair impune naquela história?”.

O Papa responderia “É um dos nossos, não usou preservativo…”.

QUANDO O TELEFONE TOCA

O Problema é quando não chega sequer a tocar!

Já todos estivemos acordados até tarde o suficiente para ver aquelas gajas quase boas ou aquele gajo quase heterossexual a apresentarem aqueles programas para ligarmos para lá e tentar ganhar uns euros.

É um emprego muito chato, porque são vistos por muito poucas pessoas e estando sozinhos têm de encher chouriço de uma maneira quase deprimente. Se a ideia é animar a malta que sofre de insónias, caso consigam adormecer depois, é certinho que vão ter pesadelos com eles aos saltinhos dentro da nossa cabeça a mandar piadas totalmente ao lado e sempre, mas SEMPRE com um sorriso na cara do mais forçado que pode haver.

Eu já fui uma vítima deste programa. Um dia, com horários trocados não conseguia dormir. Fui para a sala fazer zapping numa televisão de apenas 4 canais. Pois bem, parei num destes programas, precisamente o que tinha a melhor gaja. A coisa afinal funciona mesmo assim.

Nisto pensei “porque não? Coisas no pequeno-almoço e ainda não está lá Torradas? Vou ligar!”.

E liguei.

Vai para um gravador que diz com aquela voz de mulher que tem sempre um teor sexual aderente, mesmo que esteja a dizer “já não foi a tempo, tente novamente mais tarde…obrigado”.

O telefone desliga-se e eu vejo que pimba! Custou 0,7€ esta brincadeira no meu saldo.

Com o mesmo raciocínio de quem compra acções na bolsa e o preço das mesmas desce, comprei mais! Ou seja, liguei novamente furioso e convicto de que me ia vingar.

Já devem ter percebido que não foi bem isso que aconteceu…

Aparece novamente o gravador da mulher sexual que diz como quem pede para praticar o amor com ela “boa noite. Que fruto faz bem aos olhos? Cenoura? Prima o número 1. Maçã? Prima o número 2. Ananás? Prima o número 3.”

Eu todo entusiasmado carreguei muito rapidamente no número 1. Já com um sorriso vencedor na minha cara, esperei pela resposta. Que não tardou em aparecer, e como estava contente, a voz da mulher ainda era mais convidativa a sexo puro e duro. E ela disse-me…

“Muito bem! Está certo! Pena não ter sido rápido o suficiente…tente novamente mais tarde”.

E foi nesse dia que o meu telemóvel nunca mais funcionou tão bem como até aí, devido à atitude impulsiva e física que tive para com ele nesse momento…

Quando o apanhei do chão ainda tive tempo de ver mais 0,70€ fora do meu saldo.

Tudo por causa de umas míseras torradas…

ACONTECE AOS MELHORES!


A capa do Público hoje é no mínimo peculiar. Desde já peço desculpa pelo tamanho da imagem mas foi a unica que consegui arranjar.
A notícia de destaque em letras gordas refere-se, e passo a transcrever, - "Doentes com cancro enchem serviços públicos quando esgotam seguros privados"
No entanto a foto de destaque, que normalmente se refere às letras gordas, neste caso nada tem a ver... ou será que tem?
Não estou a críticar essa opção, em que uma notícia é destacada pelo tamanho das letras e outra pela fotografia. Apenas me saltou à vista a infeliz coincidência de o senhor que aparece na foto, ele próprio parecer ser vítima de uma doença terminal.
Só que neste caso a sua "doença" foi ter nascido num país que se rege por uma mentalidade medieval com tecnologia do sec XXI, não disponivel para todos, claro. Diagonóstico para este homem: - "Pena de morte! Os sintomas podem ser vários, uma paralisação aguda dos músculos seguida de falta de ar e consequentemente falta de O2 no cérebro, induzida por quimicos ou por uma forte voltagem de corrente eléctrica. Também pode sofrer um enorme aperto na garganta, seguido da quebra da sua espinha, enquanto sofre o efeito da gravidade, por fim também pode sofrer perfurações multiplas por pequenos objectos de metal que o vão deixar sangrar até à morte. Que ultima refeição quer? Parece que já não temos carne de porco à alentejana."
Numa primeira análise ao juntar as letras gordas com a fotografia parece que este senhor foi condenado à morte por não ter um seguro privado. É quase profético, no meu entender, ter direito aos melhores cuidados médicos cada vez mais é um previlégio de cada vez menos pessoas.
O resto terá de se contentar em escolher outro prato que não seja carne de porco à alentejana.
Mantenham-se saudáveis.
"Fitter, happier, more productive, not drinking too much, regular exercise at the gym..." - Radiohead

terça-feira, 24 de março de 2009

CASTIGO DOS BONS?

Farto-me de ouvir por aí que os miúdos não têm hábitos de leitura. Que não gostam de ler e que ler um livro é sempre uma seca.

Tenho uma ideia que pode ajudar a resolver esse problema.

Que tal quando eles são pequeninos e se portam mal na escola, não os castigarem com um “vais já para a biblioteca!”.

Quando ir para a biblioteca é um castigo, é claro que a coisa mais tarde se vai reflectir como um problema…

Claro que o puto pensa que ler não pode ser bom nem agradável! Se é castigo, não é bom! Se fosse bom e se eles gostassem de ler, faziam porcaria de propósito para irem para a biblioteca! Alguma vez isso aconteceu? Duvido… Mas posso investigar.

Ou seja, as únicas crianças que depois gostam de ler, são as atinadinhas porque nunca vão como castigo para a biblioteca. Porque se portam bem e nunca são castigadas!

A única hipótese de sucesso que vejo neste castigo, é termos um puto que é tão terrorista, que vai TANTAS vezes de castigo, que às tantas, no meio de 1000 livros que foi castigado com a obrigação de os ler, lá encontre um que gosta… Água mal em pedra dura… Tanto bate… (1-Do que 2 a voar? 2-Compra um cão? 3-Até que fura à escolha uma das seguintes opções).

Mas até aí é um problema, porque ele vai sentir que não devia estar a gostar daquilo! Se é castigo não é para gostar!

Gostava de sugerir praticarem castigos que se tornem repulsa mais tarde, que sejam realmente coisas que não queremos que eles façam! Por exemplo:

“Hoje vais para a rua roubar velhinhas!”

“Hoje vais tentar brincar com o pi-pi das raparigas que não queiram que brinques com eles!”

“Hoje vais fazer Car-Jacking! O quê? Não sabes o que é? Então vais roubar velhinhas outra vez!”

“Hoje vais fazer um aborto!”

Enfim, esse tipo de coisas educativas.

ANALogias

Em entrevista ao programa “60 minutos” o presidente da Reserva dos EUA em resposta à pergunta “Porque é que não deixa cair o banco na falência? Porque é que o dinheiro dos contribuintes é que o tem de salvar?” fez uma analogia.

“Imagine que o seu vizinho brincou com fogo. A casa dele por acidente começa a arder. Você sabe que ele fez mal mas claro que 1º chama os bombeiros e apagam o incêndio, e depois de estar resolvido, temos de o controlar para não voltar a acontecer. Se não o acudir, a sua casa também é de madeira e toda a rua é de madeira e vai tudo arder, destruindo toda gente”.

Ora, gostava de começar por dizer que nem todas as ruas têm apenas casas de madeira felizmente, se calhar era bom começar por deixar de as construir dessa forma.

Depois eu contra-ponho com outra analogia belíssima.

“Imaginem um gajo (chamo-lhe GOV) poderoso a sodomizar um indivíduo! Ao seu lado repara que um outro gajo poderoso (chamo-lhe AIG) está atento. Quando GOV pára, AIG corre para o indivíduo e sodomiza-o à bruta. A meio da sodomia, o indivíduo escapa… E o AIG fica sem saber o que fazer… GOV corre atrás dele com tudo o que pode, AIG neste momento está a beber uns copos com uns amigos numa ilha paradisíaca. GOV finalmente encontra o indivíduo e entrega-o a AIG muito mais bronzeado das férias milionárias. AIG pega no indivíduo e sodomiza-o novamente à bruta! Agora percebe-se que afinal tinham mais uns indivíduos de parte para poder distribuir pelos amigos que também gostam de sodomizar estes mesmos indivíduos à bruta! GOV fica ciumento e começa a não achar piada pedindo moderação…”

Pior é quando percebemos que os indivíduos somos nós…