DENTRO DA TEMÁTICA!

Não há jogo de futebol transmitido pela TV, que não exiba um ou mais planos individuais dos jogadores.

Não há jogador, que perante tal plano, não exiba o seu enorme talento de escarrar.

O verbo é nem mais nem menos que este - ESCARRAR. Seja por via nasal ou oral, os jogadores desta modalidade não se inibem de lançar uma valente escarradela em pleno relvado de jogo.

Eu já fiz desporto e não me lembro de tal necessidade de limpar as mucosas e/ou expelir saliva. Nem convinha, sendo o meu desporto indoor, a coisa no final de quinze minutos seria bastante desagradável, já chegavam as poças de suor, reponsáveis por valentes escorregadelas e bate-cús.

No entanto não deixa de ser intrigante a quantidade de vezes que tal fenómeno acontece e a perfeição com que as ditas são expelidas. Mostra que alguns jogadores da nossa praça se deviam dedicar a outra modalidade, para a qual, claramente, têm muito mais talento.

O que me transporta para os primórdios da minha adolescência, em que escarrar era considerado fixe e saber escarrar era uma arte. Saber mandar uma valente cuspidela que transcrevesse um arco perfeito ou atingisse uma distância considerável, não era para qualquer um.

Eu pertencia ao grupo daqueles que tentando ser fixe, acabava com a escarradela nas próprias calças ou na própria t-shirt. E nos dias bons também ficava com um fiozinho de saliva pendente no queixo. Isto tudo com as pernas semi-abertas e com as costas semi-curvadas. Fixe hum???

Claramente os jogadores da bola são uns fixes.

E eu claramente... não.